Então chega o dia em que a decisão está bem amadurecida. Você enumerou de forma extensa e refletida todos os prós e contras. Tem plena consciência de que precisa novos horizontes, outros desafios, outra qualidade de ambiente de trabalho, uma cultura organizacional onde você possa se sentir mais integrado, onde possa conquistar recompensas maiores que você sente que merece.
Você veio ao longo das últimas semanas procurando aumentar sua coragem para dar o salto. Que pode ser com ou sem rede de proteção, que nesse caso quer dizer, sem ter ainda um novo emprego. Nesse caso você já deverá também ter feito um plano de contingência para fazer face às dificuldades financeiras, operacionais e emocionais que vão acontecer nos tempos à frente. E a esse respeito a rede familiar, social e profissional pode fazer a diferença e ser muito mais importante do que simplesmente recursos financeiros encastelados.
Existe gente que tem como regra básica somente largar um emprego quando já estiver acertado um novo. É bom ter cuidado em assumir essa premissa excessivamente cautelosa. Especialmente quanto mais jovem você é. Aqueles que são avessos a assumirem riscos dessa natureza, acabam desperdiçando anos cruciais de suas vidas. Ao pedir a demissão o mais importante não é mudar de emprego e acabar trocando seis por meia dúzia: é mudar a vida para melhor.
Se precisar de argumentos que elevem seu capital de Coragem, lembre-se de que nas empresas os valores estão mudando. São agora mais valorizadas as pessoas que são capazes de pedir demissão e não aqueles que são vistos como os eternos funcionários
Os profissionais de Recursos Humanos sabem que muitas vezes o diálogo de saída pode elevar consideravelmente o apreço e reconhecimento pelo profissional que se desliga. Você pode passar a se tornar uma estrela que será doravante acompanhada no mercado para — quem sabe? – receber futuramente um convite para voltar a trabalhar exatamente nessa empresa e em uma posição mais elevada.
A tomada de decisão de deixar um emprego é certamente o passo mais difícil. Entretanto, o pedido de demissão não deve ser visto apenas como uma mera formalização. É um processo diplomático complexo que vai depender principalmente de um alto grau de inteligência emocional.
O primeiro a receber a notícia de sua decisão deve ser seu chefe imediato. Ele deve receber essa notícia antes de quaisquer de seus colegas ou de outros de seus superiores. O tom da conversa deve ser amistoso e sem ressentimentos. Nunca faça isso de cabeça quente.
Comece por fazer uma avaliação enumerando os pontos positivos, o aprendizado e o crescimento que você vivenciou na empresa da qual se desliga. Não minta nem exagere demais. Mas, se for o caso, faça embaçadelas diplomáticas positivas.
Parta então para enumerar as oportunidades que você está buscando. Não faça um inventário das coisas negativas na empresa que o estão empurrando para tomar a decisão de se desligar. A sua argumentação demissionária não vai mudar uma vírgula a empresa nesse momento e você nunca deve usar como blefe ou chantagem um pedido de demissão.
Espere que seu chefe tenha a iniciativa de notificar o seu desligamento da empresa à equipe com a qual você trabalha. Depois de tudo acertado e sacramentado, você pode notificar seus colegas. Não use emails CC: Todo mundo. Faça da maneira mais pessoal. Mesmo que você esteja indo para outra empresa, deixe apenas dados de contato pessoal.
Nunca use o momento da demissão como ajustes de contas com quem quer que seja.
Lembre-se, em qualquer circunstância, mais vale deixar sempre abertas as portas que você usar.
Fonte: Época Negócios/Foda da Caixa
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